No mês de outubro de 2018, entre os dias 03 a 28, se deu a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Mas vocês sabem o que significa “Sínodo”? Pois bem, a palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.
Convido-lhes agora a entender como foi a caminhada preparatória para este Sínodo e também do que se trata este importante momento na vida da Igreja e de todo o mundo.
Em outubro de 2016, foi anunciado pelo Papa Francisco o tema da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Entretanto, o caminho sinodal só teve início com a redação do Documento preparatório (DP), publicado em 13 de janeiro de 2017 junto a uma “Carta aos Jovens”, escrita pelo Papa Francisco. Em setembro de 2017, realizou-se um Seminário internacional sobre a condição juvenil, com a presença de muitos peritos e de vários jovens e que ajudou a pôr em evidência a situação dos jovens no mundo de hoje do ponto de vista científico. Além disso, em março de 2018, realizou-se a Reunião pré-sinodal, que se encerrou com a entrega ao Santo Padre de um Documento Final. Desta iniciativa participaram cerca de trezentos jovens provenientes dos cinco continentes, bem como de outros quinze mil jovens por meio das redes sociais.
Enfim, no dia 03 de outubro de 2018, teve início a este momento tão esperado por todos os católicos. Alegremente, podemos dizer que tivemos seis representantes brasileiros presentes neste Sínodo sobre a juventude, sendo eles: Cardeal Sérgio da Rocha, atual Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil e ex-Presidente da CNBB; Dom Vilson Basso, Bispo de Imperatriz/MA e atual Presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB; Dom Eduardo Pinheiro, bispo auxiliar da Arquidiocese de Campo Grande-MC; Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre; Dom Gilson Andrade, Bispo coajutor de Nova Iguaçu; e, por fim, o jovem Lucas Galhardo, ex-membro da coordenação nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude (CEPJ).
O Documento preparatório (DP) lançado explica o motivo de ter se escolhido este tema: “a Igreja decidiu perguntar-se sobre como acompanhar os jovens para reconhecer e acolher o chamado ao amor e à vida em plenitude, e também para pedir aos próprios jovens para ajudá-la a identificar as modalidades hoje mais eficazes para anunciar a Boa-Nova”.
Para o Papa Francisco, este Sínodo foi, sobretudo, momento de escuta, de fato, ouvir requer tempo, atenção, abertura da mente e do coração. Discutiu-se sobre como caminhar juntos através dos muitos desafios, como o mundo digital, o fenômeno das migrações, o sentido do corpo e da sexualidade, o drama das guerras e das violências. O Santo Padre também frisou que “é importante que se difunda um modo de ser e trabalhar juntos, jovens e anciãos, na escuta e no discernimento, para se chegar a escolhas pastorais correspondentes com a realidade”.
Na época, acompanhamos o Sínodo sobre os jovens, fazendo nossas orações-alavancas e ansiosos por colher muitos frutos, visto que, segundo o Cardeal Odilo Sherer, “ os jovens são o futuro da Igreja e de sua missão, mas também são o rosto de esperança atual da mesma Igreja”.