Originais ou Fotocopias

Originais ou fotocópias?

“Todos nascemos originais, mas muitos morrem fotocópias”. Essa afirmação foi deixada pelo jovem adolescente Carlo Acutis, jovem italiano da diocese de Milão, Itália, que viveu apenas 15 anos, pois foi acometido de leucemia fulminante. Esse jovem deixou um profundo legado de ensinamentos e, especialmente, um profundo testemunho de vida cristã.

Um jovem que soube usar de forma genial os modernos meios de comunicação para comunicar a verdade, para evangelizar e, sobretudo, a serviço das crianças e idosos, através daquilo que ele mais gostava de fazer: montagem de filmes, websites, revistas em quadrinhos, etc. Assim ele evangelizava, pois era um especialista em tecnologia de informática.

Corpo de Carlo Acutis em Assis
Corpo de Carlo Acutis em Assis

Se aprofundarmos essa reflexão, podemos concordar com ele. Nascemos originais, únicos e irrepetíveis, mas a sociedade de hoje, de fato, tenta, por todos os meios, fazer-nos iguais, matar a nossa originalidade. Somos tentados à massificação do pensamento, de atitudes e viramos fotocópias devido ao isolamento provocado pela tecnologia moderna com todos os seus atrativos.

Podemos também nos  tornar fotocópias pela alienação, pelo abandono da comunicação  visual e viver fundamentalmente da comunicação virtual; podemos, sim, passar a ser fotocópias, se não mantivermos nossa verdadeira e original identidade, se não desenvolvermos nossos talentos, se deixarmos de valorizar as pessoas, em especial, as que vivem no dia a dia ao nosso lado.

Realmente constatamos que muitos em nossa sociedade estão se tornando verdadeiras fotocópias as adotar comportamentos estereotipados, artificiais, abandonando a simplicidade, esquecendo nossas origens e tradições.

Nascemos originais e acredito que a maioria de nós, seres humanos, desejamos viver como originais, autênticos para sermos nós mesmos, aquilo para o qual existimos, mas como nos manter originais se tudo conspira para que sejamos cópias?

O segredo para vivermos e permanecermos será conservar a humildade, a simplicidade, a boa convivência familiar, o diálogo sincero e permanente, além de cultivar amizades verdadeiras, não desprezar o passado, ser otimista e criativo e colocar em primeiro lugar e, acima de tudo, a vida e o amor a Deus e ao próximo.

Ninguém permanecerá original se não desenvolver ao máximo a capacidade de amar, mas um amor altruísta e generoso.  Nascemos originais, vocacionados à comunhão, à vida comunitária, à cultura do encontro, porém viramos cópias quando tomamos o caminho do egoísmo, do isolamento, sobretudo, de uma vida consumista e hedonista.

Enfim, poderemos manter a originalidade desenvolvendo nossa capacidade de solidariedade, nosso amor à família, buscando sempre a verdade e a convivência fraterna e fazendo, dos extraordinários meios de comunicação social, um caminho de serviço e interação e não um instrumento de violência ou de isolamento.

Pe. Xiko